quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Na eleição só se fala em abortos e privatizações. Economia e reformas "ninguem sabe ninguem viu"

Nesta eleição os candidatos se esqueceram completamente de propostas concretas. A economia sequer é citada nos programas eleitorais. O que temos é somente ataque de uns para os outros sobre temas pertinentes, como aborto e privatização, que eu, como eleitor, já estou cansado de ouvir falar.

O Dólar chega ao valor de R$ 1,66. Quem conhece o mínimo de economia, como eu, sabe o prejuízo que isso pode causar pra indústria nacional. Afinal, com o dólar nesse preço fica mais barato importar produtos estrangeiros, e os  nacionais perdem a sua competitividade. Deixar isso acontecer é arriscar demais. E nenhum candidato fala sobre o assunto.

Outro assunto que não se fala é das reformas políticas. Eu sou defensor de uma reforma política já nas próximas eleições. E  tenho certeza que os dois candidatos querem mudar o quadro partidário e o sistema eleitoral. No entanto, mudanças, como o voto distrital, são apenas faladas pelos cantos. Os candidatos não apresentam nada.

Além desses, existem também outros assuntos que estão esquecidos: a reforma agrária séria, que o Brasil precisa faz tempo; modernização da rede urbana nacional, a nossa sempre foi e permanece obsoleta; questões de energia entre outros.

Os candidatos apenas tentam moldar o senso comum das pessoas. Há pouco conteúdo nas propagandas. Apenas o que todo mundo já esta cansado de ouvir.

O Serra, do PSDB, ainda mostra alguma vontade de falar de assuntos como economia: “ o Brasil fabricava 1 bilhão de pares de calçados. Neste ano a produção vai diminuir. E o que é pior, estamos importando 100 milhões de pares. Quer dizer o Brasil acaba ajudando a criar empregos, mas na China, não aqui.”

  Essa é minha primeira eleição e para mim, ela já está perdendo a graça. Já não consigo tirar minhas conclusões sobre a diferença dos candidatos. No debate, por exemplo, a candidata Dilma tira uma conclusão e com sua autoridade afirma: “ESTA É A DIFERENÇA ENTRE EU E ELE”.

Deveria haver duas propagandas políticas, uma para a maioria dos brasileiros que possuem senso comum e outras para um grupo menor que possuem imparcialidade e senso crítico. Esta, livre de acusações e baixarias.

3 comentários:

  1. Que legal que você herdou a capacidade de se expressar da sua mãe.
    Mais um excelente escritor pra nossa cidade!
    Abração.

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  2. Exatamente! É incrível que numa camapanha a presidência, nesse momento ímpar(país estabilizado política e economicamente), dois economistas não tenham colocado a prova seus projetos para além da agenda moral. Eu, num exercício amador de ciência política, quero culpar em parte a imprensa sensacionalista que teima, por motivos financeiros, não tirar da sua pauta esses assuntos polêmicos com o objetivo de lucrar vendendo jornais através dessa estratégia que só vem a empobrecer a maturidade política de nossa República prestando um desserviço muito maior uma vez que, na maioria dos casos provoca antipatia entre as pessoas já a orientação moral sempre é um tema para uma discussão sem presa, sem data marcada pra terminar.
    Aborto, drogas, casamento homossexual, monogamia, ensino religioso obrigatório e outros temas são também importantes na aritmética de quem decide o voto. Mas não podem ser a única régua a se medir qualidade, competência, preparo, disposição e adequação.
    Por fim, concordo com você. Também já me cansei faz tempo de acompanhar a camapanha justamente pelos mesmos motivos.
    Parabéns pela iniciativa. É preciso buscar o voto consciente. A democracia brasileira, que, espera-se, saia mais fortalecida de um processo de crescimento, que são as eleições e, com elas, também novo paradigma de voto: o voto consciente e responsável de quem não se limitou a votar, mas que continuará qualificando o seu voto, por meio da fiscalização do "programa" e da participação na execução do mesmo. É o voto corresponsável, ainda que não saia vitoriosa a nossa escolha. Votar com lealdade para com os princípios. A urna é a nossa consciência pelo lado de fora.

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  3. Ninguém sane ninguém viu, Muito bom, mas... e o Paulo Preto? O Serra disse no debate da Band que não o conhecia e dois dias depois disse que ele era inocente. Veja bem aspirante a escritor: a pipa que dá de lado sempre acaba se enroscando em um fio. A mentira existe dos dois lados.

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