sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Deixando a política de lado: Filosofia...


Fugindo um pouco da política, vou escrever sobre filosofia, que é uma de minhas paixões.

O texto é uma reflexão bem singela sobre uma questão que muitas vezes causa desconforto e discussão entre pessoas, o gosto.

Aprendamos, a partir desta reflexão, a respeitar o gosto e as visões de outras pessoas.


Por que gosto não se discute?

John Locke

Apresentação: Inglês, viveu entre 1632 e 1704. Seu livro mais importante chama-se Um ensaio sobre o entendimento humano, de 1690 (58 anos). O livro possui dois eixos. Uma se pergunta de onde os homens tiram os seus pensamentos e as suas noções. Outra pergunta se podemos confiar no que nossos sentidos nos dizem.

Vou me concentrar na reflexão da segunda parte.

Vamos lá, Locke diz que há diferença entre aquilo que ele chama de qualidades sensoriais “primárias” e “secundárias”.

Locke entende por “qualidades sensoriais primárias”, tamanho, peso, forma, movimento, temperatura. Ou seja, aquilo que não pode ser discutido. Estas são absolutamente objetivas. Ninguém discute se uma moeda é quadrada ou redonda. Olhamos e percebemos que a moeda é redonda.

No entanto, há também as “qualidades sensoriais secundárias”. Estas impressões, como o cheiro, a cor, o gosto, ou os sons, por exemplo, não reproduzem uma característica presente nas coisas em si. Elas imprimem apenas, o que as características exteriores exercem sobre os nossos sentidos. Estas, portanto, são subjetivas.

Nós, portanto, podemos estar de acordo com as “qualidades primárias”, mas as secundárias podem variar de pessoa para pessoa, de animal para animal. Por exemplo, a maioria das pessoas olha um limão e diz que ele é verde, mas uma pessoa com daltonismo não saberá identificar aquela cor.

É comum que duas pessoas discordem se a comida estava boa ou ruim. Quando estou almoçando, por exemplo, e digo que o bife esta gostoso, muitas vezes minha mãe diz que não esta. Na verdade nenhum de nós está certo ou errado. Cada um esta manifestando o efeito que o sabor do bife causou sobre o os sentidos.

Concluindo, percebemos o quanto somos arrogantes ao fazer afirmações do tipo “que coisa ruim” ou “que troço horrível”, na verdade as coisas são como são. Nós apenas temos a impressão do que aquilo causa em nós.  



Um comentário:

  1. Ave, Cesar, os que vão morrer te saudam! Você em termos, está certo. Locke defendia que tudo passa pelos sentidos, e a origem do conhecimento está nas sensações. Assim sendo, nada impede que, como exemplo, quando eu veja uma camisa do "framengo", fique enjoado e me dê vontade de vomitar... Porém, meu lado racional, cartesiano, é que impede que eu vomite. E chego à conclusão que "framenguista" é que nem gafanhoto, uma praga que existe em todo lugar. Favor ler Kant. Ele dissolveu esta dicotomia entre racionalismo e empirismo.
    Abs. do mestre.

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